Dez anos depois de “A Dor desse Amor” estourar em todas as rádios, o grupo KLB está preparando um DVD comemorativo, que será gravado no fim do ano. Além disso, Kiko, Leandro e Bruno estão em plena produção de um álbum inédito. “Todas as bases estão prontas. A gente começou a cantar, mas quando estava no processo de colocar as vozes pra finalizar e começar a mixar, entrou a política. Nesses meses que faltam para as eleições, a gente preferiu parar o estúdio, porque, já que a gente não pode aparecer em TV e divulgar música, não tinha sentido a gente ficar dentro do estúdio pra nada”, explicou Leandro, que é candidato a deputado federal, enquanto seu irmão, Leandro, se candidata a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo
Leandro, Kiko e Bruno: a gravação dos CDs acontecem em estúdio musical próprio desde 2004
Românticos, na música e na vida, os irmãos do trio dizem que o novo trabalho terá a mesma essência que os outros lançados ao longo da última década. Se o estilo musical não mudou, eles garantem que o grupo amadureceu muito com esses anos de estrada. “A cada dia que passa a gente vai evoluindo e mostrando para a galera que aprendemos sempre”, afirma Bruno.
Com poucas horas de sono e arrumando as malas para mais uma viagem a trabalho, o trio recebeu o iG/Babado em seu escritório (que conta com estúdio fotográfico e musical) para uma conversa. Lá, eles contaram tudo sobre os 10 anos de estrada e as novidades que virão pela frente.
Kiko, Leandro e Bruno na sala onde guardam todos os discos que lançaram
O que mudou na música do KLB nesses 10 anos?
Kiko: Acho que a gente teve um amadurecimento natural, mas acredito que continuamos fazendo o mesmo tipo de música, que é romântico. Obviamente, o próprio papo muda, porque você amadurece. Então o que era um papo mais inocente, hoje é do cotidiano de qualquer adulto. E isso inclui relacionamentos, porque o KLB faz música romântica. A gente se auto-intitula, desde o primeiro disco, como pop-rock-romântico. Algumas pessoas hoje me falam ‘pô, aquela música que você gravou é sertanejo’. Meu amigo, o sertanejo é que está parecendo a gente. Eu adoro música sertaneja. Eu tenho um conhecimento do sertanejo que muitos dos sertanejos não têm. O sertanejo que é dito como sertanejo hoje é romântico. Mas, enfim, voltando à sua pergunta (risos)... o que mudou foi um amadurecimento mesmo.
Leandro: Mudou também a experiência que a gente adquiriu naturalmente nesses dez anos, a vivência do dia-a-dia.
Bruno: A estrada é um ensaio. Você está tocando, você muda seu jeito de cantar, seu jeito de tocar. Às vezes você vira um robô das músicas, porque acaba fazendo a mesma coisa nos shows. Mas pra não ficar repetitivo, eu acabo mudando algumas coisas. Só para não ficar na mesmice. E acho que o entrosamento de nós três. A cada dia que passa a gente vai evoluindo e mostrando para a galera que aprendemos sempre.
Bruno, o caçula do KLB, cresceu e amadureceu com os anos de estrada
E o que mudou em cada um de vocês?
Bruno: Mudou a voz, fiquei com um pouquinho mais de barba na cara (risos). Acho que a experiência de vida mesmo. A estrada é uma lição muito grande. Você vive cada dia em um lugar, vendo pessoas diferentes, culturas diferentes. E isso te dá um aprendizado gigantesco. Coisa que você não aprende em escola.
Leandro: A cada dia, praticamente, a gente está em uma cidade diferente, num estado diferente. A gente convive com pessoas diferentes a todo o momento. É uma experiência que nenhuma escola do mundo te dá, é só você vivendo mesmo. Fico muito grato por poder ter essa vida. Fazer o que eu gosto, o que eu amo, e ainda ser remunerado por isso. Isso é um privilégio pra gente. Se eu fosse contar todas as experiências que a gente teve, ficaria por mais 10 anos contando.
Vocês amadureceram e cresceram diante do público. Sentiram falta de fazer alguma coisa que é comum dos jovens e que vocês não puderam por estar na mídia? Ir na balada, beber, ‘pegar’ a mulherada, ir no cinema, no shopping...
Kiko: Não, porque eu não bebo. Mas não senti falta de nada não. Na verdade, o que eu tive foi um privilégio. Em um país com cento e noventa e pouco milhões de habitantes, quantos são famosos, tratados pelo nome com carinho e amor? Quantos? Pouquíssimos. Então acho que isso é uma dádiva mesmo. É um presente, um privilégio. Eu nunca deixei de fazer nada. Obviamente que a gente têm restrições. Não dá pra chegar e sair na 25 de Março em época de Natal. Esse tipo de restrição, sim. Mas eu sempre procurei restringir as restrições. Sempre procurei ter a vida mais normal possível. Se bem que, eu deste tamanho, com 2,02 metros, só se eu ficasse fantasiado de poste, não tem jeito.
Bruno: Nunca deixei de fazer nada, nunca me poupei de nada do que eu quis fazer. Tive uma infância muito boa, aproveitei cada momento, cada segundo, e quando comecei a trabalhar, com 15 anos, em vez de estar em casa, no shopping, no cinema, com o pessoal na escola, eu estava viajando. Era a coisa que eu queria, que me fazia bem. Pra mim, não foi nada difícil. Hoje, coisas que eu não gostava muito, como ir ao cinema ou ao shopping, eu até sinto falta. É meio psicológico. Já que não é tão fácil de fazer essas coisas, fico com vontade (risos).
Leandro: "Fico muito grato por fazer o que eu gosto, o que eu amo, e ainda ser remunerado por isso"
Leandro: Se quisesse sair, eu saía. Teria assédio, mais sairia. Você não fica proibido de fazer as coisas. Tem que fazer aquilo que você acha que é certo. Você chega aos lugares e as pessoas querem te abraçar, te beijar, gostam gratuitamente de você. Eu sou fã de muita gente, sei como é. Hoje, num mundo onde tudo é moeda de troca, você receber gratuitamente esse carinho, só pela música que você faz... Não me lembro de ter me privado. Tudo o que quis fazer, eu fiz.
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